Como tal tentarei informa-lo, de modo a que este
monumento seja cada vez mais respeitado e
valorizado, não só como documento histórico, mas
também como marco etnográfico da freguesia.
Situado numa sub-área da freguesia do Arrimal chamada
Memória, este arco triunfal
deve a sua construção a D. Afonso Henriques . Feito
em cantaria, o Arco tem 5 metros de altura, 6 de largura
e 1 de espessura.
Outro elementos deste Arco era a estátua do seu
fundador, D . Afonso Henriques. Infelizmente, há
muito tempo que essa estátua se encontra fora do
local de origem. Segundo alguns
autores
esta estátua encontrar-se-ia entre duas
pirâmides situadas no topo do arco.
Para além de
marcar o local onde D . Afonso Henriques fez
a jura de
doação das atuais terras de Alcobaça; jura essa que
alguns acham falsa, pensando tratar-se de uma artimanha
dos antigos frades para aumentarem as suas terras;
esta zona também
marca o local de pastorícia, de agricultura e
de passagem para quem se dirigia para as terras de
Alcobaça.
É pois da pastorícia que se ouvem algumas histórias.
Geralmente os rapazes
das freguesias do Arrimal e dos Moleanos lutavam entre
si enquanto guardavam os seus rebanhos. Estas
lutas
provinham da rivalidade existente nos elementos das duas
freguesias. A Memória era ainda lugar de passagem para
quem queria ir à zona de Alcobaça para fazer os seus
negócios. Assim, tanto na ida como na volta, os
Arrimaleiros passavam pelo arco.
Diz um habitante que, vinham sempre a cavalo na égua, de uma
maneira ou de outra. No
colo da cimalha do arco da memória, existe uma
inscrição, hoje conhecida na íntegra, porque um padre da
freguesia de Nossa Senhora dos Prazeres de Aljubarrota,
se
lembrou de a mencionar na sua Memória Paroquial, em
1758.
É
assim que retiramos deste texto as seguintes
informações, que podemos reler no historial do
nosso rancho:
"D. Afonso I, desse nome
de Portugal, fez o voto como filho de
Cristo, de doar à ordem
de Cistercense de S. Bernardo, tudo
quanto desse sítio
descobrisse até ao mar, numa quinta-feira,
a 27 de Setembro de 1147 da era do Senhor."
Ainda do lado oposto a este texto, podemos ler outra inscrição, referente
à restauração do arco; restauração essa ordena pelo
nosso rei D. Miguel e efetuada pelo nosso povo.
Daí poderemos
concluir que para além de ser o ex-libris
desta
freguesia,
o Arco da Memória assinala a importância que este
pequeno lugar teve na estruturação política, social e
cultural dos
primeiros dias do nosso país. Para o provar basta
ler a inscrição do
arco, que nos mostra o interesse do nosso último
rei da antiga monarquia:
"Reedificado por mandato do muito
alto e poderoso rei, o
senhor D. Miguel I, no ano de 1830. Terceiro do seu
feliz reinado"
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